segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Vida

Seja egoísta
Ou
Auto cancerígena

Só tem essas duas opções



quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Sou uma agoniada de alma 
Eu sublinho tudo. Meus livros são todos rabiscados, com anotações e grifos. As vezes me empolgo e sublinho além do que acho importante, que raiva que isso me dá! Dar importância ao irrelevante. Mas aprendi a usar o lápis com aquela borrachinha, não sou acostumada a usar ela, mas quando uso levo um susto! A borracha é capaz de apagar tudo de desimportante que eu fiz naquele papel, somem todos os vestígios, é como se nada tivesse acontecido ali. A borracha é lúdica. Sorte do papel que existe a borracha.

Meu cacto sem nome

Eu tenho um cacto, não é aquele com cara de mexicano, nem aquele mini com uma flor em cima, desses eu já tive, quando pequena. Uma vez eu quis tocar nele, era tão pequeno, lindinho e delicado. Pronto. Tinha espinho pelas minhas mãos de criança inteiras, foi parar espinho do cacto até na minha língua, não sei como. Mas foi uma sensação desesperadora! Eu comprei numa viagem, e o caminho de volta foi terrível com meus espinhos fazendo casa nas minhas mãozinhas.  Peguei um pouco de raiva dele, cuidei mal mas não por isso. Fui uma criança despreocupada. De vez em quando eu queria tocar naquele cactinho só pelo medo daquela coisa pequena poder me ferir de novo. Bem ridículo até um pouco sádico. 
Hoje eu tenho esse cacto que é diferente de todos que eu já vi, todo espalhadinho pela terra. Acho ele uma graça! Sempre penso que minhas plantas vão morrer rápido, e elas de fato morrem, sou descuidada. Mas um cacto da um certo medo, igual tartaruga, que vive 100 anos. 
As vezes na rua eu lembro do meu cacto e tenho vontade de ver ele, isso é novo pra mim.. Penso nas partes novinhas q crescem nele, e quando ganhei, ele tava meio solto, pensei logo: pronto, já matei o cacto. Mas não matei não. Ele tá lá. 
Nesse não tenho vontade de tocar, só de olhar. Na verdade tenho vontade as vezes de tocar na terra dele e ver como ela é. Sei lá, já tenho esse cacto há quase dois meses e ele só bebeu água duas vezes, fico pensando em como ele pode exigir tão pouco, e viver tanto! Eu sinto vontade de tocar na terra só por curiosidade, pra testar a resistência dessa vidinha totalmente independente... Se um dia eu quiser tocar no cacto em si, vai ser pra desafiar a planta. Eu não peço nada pro cacto não peço carinho, atenção, só pra ele não morrer, e continuar exigindo pouco de mim, será que com essa nossa relação de amor e distância, tão respeitosa, ele vai fincar suas garrinhas em mim? Mesmo assim? Será que não vai ter nem um pouco de compaixão por um ser tão limitado que o quis tocar desprezando totalmente o nosso acordo de amor e distância? Não. Ele não vai ter. Não vai me livrar disso. Ele impôs os limites da nossa relação, eu aceitei e não posso querer mudar isso logo agora. Eu respeito meu cacto. Sei que ele me ama. Mas nós somos diferentes, eu deixo ser tocada, mas entendo ele. Eu solto espinhos as vezes. Cacto, eu respeito nossa relação, não vou querer te tocar pra provar pro mundo o nosso amor, não preciso mostrar pro mundo que esse cacto tão conservador nas suas escolhas teve que mudar sua essência só pra me agradar. Não sou sua dona cacto, podemos seguir juntos, a vida inteira. Nos respeitando, felizes. Cada um com seus espinhos.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Eu por nós: um texto egoísta

Eu: eu mesma. 
Eu faço tudo por nós. Nós: o universo inteiro(sim, o universo. Com todos seus mundos, galáxias, habitantes (incluo animais),países, cidades...) esse universo sou eu. Sim. Eu. Com todos os tipos de vida, todos os lugares e pessoas que moram aqui dentro. Todas as Eras que me trouxeram aqui foram importantes, a era de gelo, o aquecimento global, tudo é muito importante, tudo aconteceu dentro de mim, e eu sou hoje um universo precário, mas eu tô aqui, e vai que acontece um dilúvio e um repovoamento? Não subestimo meu universo. Esse universo mora em mim. Eu moro nesse universo. E isso é um ciclo sem fim. Sem dúvidas eu tenho muito o que fazer por nós. E sigo fazendo, sigo deixando desmatarem minha mata atlântica, sigo deixando sugarem minha água. Vai ver tudo tá indo porque tudo tá mesmo meio podre. Eu vou construir minha arca de Noé, se canso desse mundo, levo os meus e vou pra outro. A estrada(ou via láctea) é longa e escura, e eu tenho medo. Mas sou enterna e infinita, fazer o que. Foi assim que me fizeram. Com capacidade de ser habitada por dinossauros e destruí-los com meu gelo, fazer brotar vida na água, e deixar poluírem minha água, comerem meus animais, atearem fogo nos meus humanos sem teto, atearem fogo nas minhas bruxas, fazerem santos meus inimigos, os empenhados em acabar comigo. Eu deixo tudo, no meu universo eu sou Deus. Dou corda e vida, eu própria posso me destruir se quiser. Deixa essa lei, deixa esse barulho. Eu também sou caos, eu estremeço com a guerra, eu deixo a guerra fluir. 
Vou fazer uma arca de Noé, mas arca de Noé é coisa do passado. Vou é viajar pelas minhas estrelas, minhas luas, meus mundos, minha gente. E a minha gente escolho eu. Não vai ter quase ninguém e nós seremos nossas Evas. Eu e Eva vamos procriar um Adão, que com outro Adão vai procriar uma Eva. E ninguém vai nascer da costela de ninguém. Eu e Eva mandaremos no nosso novo mundo. Eu divido o mundo com ela. A gente cuida. A gente cria. 
Mas eu ainda tenho um universo interminável dentro de mim. Muito diferente do universo da Eva. Eu trouxe a Eva pro meu mundo, e sou egoísta demais pra ir a mundos alheios. Eva, faço tudo de mais interessante pra te trazer pro meu mundo. Crio até as guerras e o caos pra não ficar tudo angelical demais. Fica Eva. 

sábado, 10 de outubro de 2015

As vezes eu não sou qualquer pessoa, e as vezes não ser qualquer pessoa me angustia mais do que ser qualquer pessoa pra qualquer um 
Escrevo e falo reto, mas sou inteira entrelinhas
Por mais poético, alguém sempre alguém desiste de (mim) me entender 
Eu sou uma vítima 
Uma preguiçosa 
Uma vítima de mim 

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Girassóis no viaduto

E esses girassóis, estavam aqui ontem? 
Tem uma fileira de girassóis embaixo do viaduto. Como eu não reparei nisso antes? Mas também.... Quem repara no que tem embaixo dos viadutos..
O que eu desejo da vida é que a vida seja uma liberdade atordoante 
E diariamente não ter certeza 
Porque ter certeza é perder a liberdade 
E por mais que eu não esteja livre, eu nunca vou ter certeza disso 

Essa é a minha glória, amém 
Me mostro toda so pra provar o quanto ainda tenho escondido 
Quem se explica, perde o dom da liberdade. Um dia eu me explico... 
Quem se explica, perde o dom da liberdade. Um dia eu me explico... 
Voltei a ser misteriosa.
Agora ninguém mais sabe quem eu sou 


(Não me esforcei em nada pra isso. É natural, humano. Acontece) 

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Eu tenho segredos que são só meus. Eu não divido nem com o ar que eu respiro.
Acho que eu mereço um pouco desse caos velado. 
Não falo
Não escrevo
Eu não divido com ninguém uma angústia que foi feita só pra mim. Na medida e tamanho.
Eu tenho segredos que são só meus. Eu não divido nem com o ar que eu respiro.
Acho que eu mereço um pouco desse caos velado. 
Não falo
Não escrevo
Eu não divido com ninguém uma angústia que foi feita só pra mim. Na medida e tamanho.

Eu sou Agora

O texto é título 

Malemolência

Quantas de mim vou conhecer se eu resolver sair sozinha? Quantas eu vou me esbarrar? 
Quantas vão perecer, quantas vou gostar? Capaz de enjoar...
Atenção:

Atenção com o vão entre as nossas bocas e as nossas vidas. Atenção com o vão. 
Atenção com o vão entre nossas opiniões. Atenção com o vão entre o meu corpo e o seu. 

Atenção, aos poucos nossas dores vão. 
Atenção, aos poucos nossas vidas vão. 
Eu posso não te esbarrar mais. 
Estamos distanciando nossas estações. 
Atenção, portas se fechando. 

Embarque. 

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Não me afobo, se a vida me fecha as portas  é pra me ensinar a pular as janelas. 
Não me desespero, não me importo com o caminho, só quero viver esse caminho. 

sábado, 19 de setembro de 2015

Eu sinto muito, muito mais do que sei dizer pela boca, mas eu sei tocar. Se é difícil entender o que o ouvido ouve, imagina o que toca a alma?
A vida não é fácil, nem se a minha fosse fisicamente fácil, não seria. Vivo em crise,  aceitei viver assim e minha missão é viver assim. Costumo ouvir que sou arrogante e exigente. Aceito também, mas eu tiro a carga de mim e passo pra quem se contenta com pouco, assim doi menos. Minha mente voa e minha alma pesa uma tonelada, eu carrego ela nas costas. Antes de ser um casal eu sou uma. Antes de ser filha sou sozinha, antes de ser mulher eu sou essência. 
Minha alma pesa porque eu aguento e gosto desse esforço. Dou o peso ideal que posso aguentar à cada nova loucura, as minhas loucuras são muito loucas e eu não morro de amor.
Antes de gozar junto, gozo sozinha, antes de compartilhar minha dor, sofro sozinha. Não, eu não sou vítima, tenho muita sorte, aprendi a viver na ordem certa: primeiro eu, depois nós. 

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

A matéria prima do meu caminho é gélida e quente. A minha premissa é a revolta e a solidão, não cultuo a paz e minhas ideias não são loucas, mas enlouquecem quem se permite enlouquecer, minha ideia é pra quem não conhece a paz e nem quer conhecer. Paz é ideal de preguiçoso. 
A frieza do meu raciocínio é o que faz minha vida delicada e minha visão sensível. 
A paz inventada remove a sensibilidade natural e dá uma inútil sensação de glória. 
Eu me sinto plena na falta de paz, mas a plenitude também não existe. É difícil chegar a si mesmo, é mais fácil criar dramas românticos. É difícil pra mim, ver a coletividade se acabando e chamando de romance o que é drama e de drama o que é romance. 
Eu sou minha melhor e pior amiga. 
Eu me importo com o mundo, me importando comigo e ando intolerante e maleável. Acredito que tudo é uma questão de tempo, meu tempo estourou, mas eu permaneço aqui. Ainda não sei porquê, mas permaneço aqui. Muda e inquieta. Caótica e incompleta:
Que o caos e o drama nunca se esgotem, assim eu me esgotaria com eles. 
Minha maior missão não é conhecer o mundo, não é que o mundo me conheça, é bem mais complicada, chega a ser maldosa. Minha maior ambição é conhecer e aceitar quem mora entre minha alma e meu corpo. 
Estou sempre audaciosamente um passo à frente, 
Me cobro demais chegar um dia ao meu tamanho
Só não corro o risco de correr o risco de dar errado: 

Eu penso demais. 
Planejo o risco, 
Me arrisco por um único motivo e só descubro depois que acontece, mas só arrisco com a certeza de que o que acontecer vai ser o certo. 

Só não me arrependo das consequências, independente das consequências: eu precisei pensar demais pra chegar até aqui. Meu risco tem que valer minha loucura e só enlouquece quem pensa.

sábado, 12 de setembro de 2015

Um dia eu resolvi ir embora pra sempre, e nesse dia, de algum lugar eu fui embora pra sempre

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Já me mudei tantas vezes que perdi o sentido do apego, ganhei novos olhos, e uma alma sensitiva.
Perdi parte da paz de ter um lar, não me sinto em casa e mudei: 
Ando observadora, cortando vícios que são apenas ciclos inúteis. Meus hábitos mudaram sem esforço nem pretenção. Não sou fria por querer me armar, eu desmonto diariamente chegando em casa, não reconheço os arredores do meu lar como meu lar, derreto inteira só de ver a realidade crua que me espera. Minha alma se contorce e chora. Mas eu não, só entristeço. Já não tenho meus vícios, porque eles perderam o sentido, já não vivo meus antigos dramas, eles mais do que tudo, perderam o sentido. Vivo paciente com o drama, mas eu tô cansada. Minha alma sente tanto que o físico sente preguiça e pena. Eu emudeço perante a medíocre vida. 
Eu emudeço e choro, cansada de não estar em casa, e mais: me entristeço  por andar a vida inteira e talvez nunca chegar  em casa. Eu nunca sei se um dia já me senti em casa e numa das saídas me perdi ou se um dia tive tantos vícios que nem cheguei a perceber que nunca me senti em casa em lugar nenhum. 
Meu cachorro é simples. 
Fica do meu lado quando quer, me ama incondicionalmente, não me cobra nada, se contenta com o que eu dou e principalmente com quem eu sou, aceita reprovações e não se acha menos porque hoje não fui pra casa, não se sente traído e nem cobra fidelidade. Não se importa se eu fizer carinho em todos os cães da rua, eu sou a mãe do meu cão e sou tudo pra ele. 
Meu cachorro é sincero e sai de perto de mim quando quer, eu não me entristeço por isso. 
Eu amo a respiração do meu cachorro dormindo no meu braço. Meu cachorro é a forma clara e simples de me ensinar a desimportância do externo, me ensina a viver cada segundinho e amar cada feição, cada ilusão de paz. 
Meu cachorro me emociona. 
Ela(meu cachorro) é a vida mais importante que Deus colocou na minha vida, pra saber lidar com as outras vidas que cruzam o meu caminho. É a vida mais importante didaticamente, é quem mais me dá em ensinamentos, quem menos pede e quem mais eu sinto vontade de dar. 
Sexo suor e lágrimas 
A realidade me assusta 
Eu só sei escrever sobre o momento quando ele passa. 
Eu só sei explicar quem eu sou quando fico triste, quando não estou mais. 
Reconheço esse defeito como auto defesa.
Com as cores dos índios eu não desisto: 
Fico com quem me faz poesia, não sou capaz de ser pouco amada, vim pra ser dupla, triplamente amada. Sem a dúvida eu nada seria, com a dúvida eu sou tudo, como se a vida ali fizesse sentido. Por mais que me doa eu gosto da dor, no fundo eu gosto da dor e por algum motivo faço doer, sem a dor da dúvida eu nada seria, quando acaba a dúvida , ainda resta dúvida. Pra sempre a dúvida do que poderia ter sido, do porque não, porque assim, porque hoje, porque com ela, sem ela, com ele, sem ele, sem ninguém, com todos. Difícil. A dúvida constrói e destrói, não peço a certezaporque ela é irreal, não peço nada pois não é possível. Só deixo a dúvida construir e destruir e criar a vida, que não tem respostas. Não tem, Clarice. 

domingo, 23 de agosto de 2015

Finnegans Wake

James Joyce deixou o maior mistério literário pra humanidade. 
Até hoje raros ousaram decifrar, ninguém conseguiu, é complexo demais, proposital. Impossível até de traduzir, o romance de Joyce chega a dar medo. 

Finnegans é um exercício eterno e enlouquecedor, 
A nossa diferença é que não sou tão prepotente (ou não era até agora)

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Mudamos

Difícil provar quem começou primeiro 
Aperto no peito que dá: cama cheia -quente e vazia-

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Você sabe: A vida é bela e cruel na mesma proporção. E se não sabe, desculpa pelo susto.
Te joga no buraco e joga a corda pra te salvar, você redescobre um mundo lindo fora da escuridão e tropeça na mesma corda que te tirou de lá. Você sabe do que eu  falo.
O bom da vida é ver a vida de fora, o bom da realidade é estar fora dela.
A morte também é ingrata. Você aprende a não enjoar na roda gigante e quando menos espera te tiram do parque.
A vida não tem a menor graça pelo peso que tem. Mas é uma maravilha se vivida despretenciosa.
Hoje eu vivo a vida num mundo que eu rejeito e que me rejeita também.
Não vivo no meu mundo e ando perdida, só não deixei de entrar em pequenos becos por medo de me perder mais ainda, a vida é efêmera e eu sei.
As vezes me importo demais com ela, esquecendo que ela não se importa tanto assim.
Esse presente belo e cruel é meu. É responsabilidade minha aproveitar cada brinquedo do parque antes que me tirem dele. Alguns brinquedos são fatais, outros são só medo e frio na barriga. Uns enjoam, mas você sabe que uma hora o seu tempo acaba e você sai dele são e salvo, no máximo um pouco tonto.

Ai.
Cansei!

Dessa pequenez inútil.
Vida regrada cheia de exigências pacatas
de uma vida normal.

Desse tédio de uma vida conturbada.
O pior tédio
de uma vida normal.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Me sinto pequena no centro do Rio, um nada no mundo, é quando me encontro aí que sou feliz, quando sinto que sou nada, e graças a Deus eu sou nada. É no aperto que dá no peito que me encontro e me sinto alguém vivo e que faz parte desse mundo, alguém que sente e mesmo assim faz questão de ser nada.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Ouço suas músicas

Ontem a noite não terminou,
arranquei até o último som que a garganta podia emitir e arranquei todas as amarras que me mumificaram até ficar tão nua que arranquei as borboletas mortas no estômago.
Morreram sufocadas.
A noite virou manhã e virou noite de novo.
Meu corpo que não existe mais é oco.
E hoje eu ouço suas músicas. 

terça-feira, 30 de junho de 2015

Torrencial

Hoje eu queria que chovesse, chovesse muito.
Só pra confundir as minhas lágrimas no caminho de casa.

Restaurante do Rosário

Guardei o tempero na boca pra vida ter mais graça.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

De noite no meu bairro

Essa é uma noite bonita, duas estrelas se aproximam cada a cada dia, uma mais brilhante e a outra menos, hoje é outra noite de lua brilhante e alta com um arco colorido em volta "parece que até ela, a lua entrou na luta contra homofobia" pensei descendo a passarela. Tinha uma luz azul forte e um carro de polícia parado, algum trânsito por ser hora do rush ou hora de bandido bom é bandido morto, não sei, mas tinha um cara da lei com uma metralhadora na mão, levei um susto, mas ele me olhou nos olhos e teve medo de mim. Hoje é só mais um dia, mas algo a mais aconteceu: Uma dona de casa fazendo feijão, as crianças da favela na rua, as crianças voltando da escola, eu voltando do trabalho e a minha vó não tava na janela, mesmo assim passei direto. A Ingryd sim, estava na janela, mandei um beijo pro ar e boa noite pros vizinhos. Cheguei em casa e aconteceu minha cadela me amando, agora vou tirar a noite do pause pra vida continuar. Tem uma patinha me olhando e dois olhos me olhando.


Pra ouvir: A balada da bailarina torta/ Aos garotos de aluguel - A banda mais bonita da cidade

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Acho que agora compreendi um pouco de mim.
Tem dezenas de textos inacabados na gaveta do lugar que eu trabalho e no fundo todos são desabafos que gritam e escorrem pelos meus poros, simples desabafos difíceis demais para se fazerem entendidos assim, no papel, ou até pela boca.
Ando sufocada dessa minha vida de intensidade medíocre, intensidade engasgada por falta de ter como exprimir, que na verdade mesmo eu gosto mesmo é de história confusa, difícil de ser resumida e pior de ser explicada, a saída é sentir, e não dá pra explicar um sentir, nem ensinar. Gosto de gente caótica, porque eu sou muito caótica. Eu crio casos que já existem e penso neles. Penso, penso, penso.. Mastigo a vida alheia até me cansar, não vejo soluções, só caos, caos, caos. Estou sempre exausta e sem esperança. Uma falta de esperança muito alegre as vezes, por ter certeza que eu, e poucos eus pensam, pensam, pensam... No que não tem resposta, solução nem porquê. Que alegria mais sem graça. Alegria cansada...
Gasto a minha vida com vidas gastas e no fundo não faço questão de entender nada. Eu já entendo tudo. Entendo, aceito e sinto. Eu sinto demais, eu sinto muito... Por mim, a vida é a vida e o mundo é o mundo.
Acho que compreendi que as vezes a minha alegria cansada vale mais a pena do que uma alegria alegre e leve. O cansaço da alegria me agrada, me agradam as multidões que sentem, sentem, sentem, juntas.
Um dia de caos, breve alegria que antecede o cansaço vale a vida que diariamente me cansa.
Não adianta, eu sempre, sempre, sempre vou estar cansada da vida.
Eu sou cheia demais de tudo, tem demais dentro de mim, e a vida é pouca pra tanto e pra tanta gente. As vidas cheias pesam em mim o peso do mundo, carrego cansada e alegre.
Deixo aqui as frustrações dos meus devaneios.
A minha alegria sempre vai ser o prazer da catárse.
Sigo aqui muito alegre com sorrisos que não são pra mim, com sentimentos que não são pra mim, com reações que não são por mim e que entram na minha alma como um espírito que incorpora um médium.
Sigo alegre em sentir.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Amor sereno

Tem amor que mexe com a gente.
Mas tem amor que não pede nada, nem impede, nem desdenha.
Tem amor que vem amor pra eu fazer feliz o meu amor. E no fim, só no fim, descobrir que esse amor me fez descobrir que tudo que eu entendia por amor talvez não fosse.
E todo amor do mundo que fiz força pra dar me foi retribuído quase sutil. Quase sereno.
Quase brincalhão,
Quase pertubador,
Quase infantil.
Obrigada, hoje nós somos Serenas.



Com preguiça

Não é muito, mas é perto de ser tudo, minha pretensão é nada porque eu não sei me vender. Tenho pouco tempo e muita preguiça, tentar mostrar quem sou eu com coração e alma não me deixa tempo de criar quem eu não sou -mas é legal- para andar por aí mantendo sem perder o molejo a postura de alguém -que eu não sou mas é mais legal-.

deixo pro resto, a aparência delicada, eu sou bruta, pedra bruta e não vou ser lapidada.
te juro, é só preguiça.
e é essa preguiça que me faz desconfiar de tudo e todos, tudo não é tudo e todos não são todos.

eu sei, eu sei... é muito difícil ser quem se é, as máscaras pesam mas é mais cômodo.
ser quem se é pesa muito mais.
por isso eu vivo assim... com preguiça

domingo, 10 de maio de 2015

Aqui também tem coisa boa

Casa é boa lá no alto, sem telhado, segundo andar
Noite, tarde ou dia
Luzes da favela, de alguns prédios e rua vazia
Criança na rua, mãe na cama,
Segundo andar sem companhia
Dia das mães e dia de poesia
Lua minguante vai e eu queria te dizer:
te encontro na BR pra fazer a vida florescer

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Deixei de me importar porquê: Nada importa, e tudo que me importa não importa a ninguém.
Todos os meus olhos raramente veem, e se veem, você não vê.
No mínimo nada importa.

Nem a pena que eu sinto do mundo por ele ser mundo.
Se é assim,
é o peso do mundo que é esse mundo que pesa nas minhas costas,
e mesmo assim não quero que me importe,
se me importa, dói.


Procuro portas.
Sufoca
Oca.

Tudo se amarra,
o mundo é feito de amarras.

Prefiro o que mata, do que o que sufoca.


Antes o mundo fosse louco,
antes fosse oco.
Mas não é. É pesado, intenso. Mas ninguém vê.

Sobrecarrega, inforca, amarra, sufoca.
Eu odeio ter o peso do mundo.


Prefiro o que mata, do que o que sufoca.

Quase dia seguinte e hoje (nem nunca) ainda não desvendei mistérios, salvei vidas, me importei, troquei, vali nada. Hoje nem nunca. já são quase 00:00, já são quase 23. e até agora... Nada.

Não importa se foi minha unha que quebrou e seu amor que te deixou.
O meu é o sofrimento mais profundo desse mundo.

Ainda não deixamos de ser(humanos) egoístas.

Sinto muito,

Eu sinto menos
do que raiva

Sinto muito,
não sinto nada

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Tanto deixei de fazer
por não saber o que estava fazendo
que morri sem saber de nada

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Meu ponto é o ponto de vista da crítica, se quem conta um conto aumenta um ponto ou não
menos um ponto pra você.

Não chegaremos a um ponto
Meu ponto é o ponto de vista da critíca
Não desaponte

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Conto do ponto de ônibus

Um dia, não por falta de lugar e nem por interesse certo, sentei ao lado dela - antes não tivesse sentado, penso nisso até hoje - Em pouco tempo mas com absurdo descaramento disfarçado de sutileza, como se me tivesse tomado pra si derramou em mim toda sua história, angústias e desejos, mas óbvio, só o que convinha, me viu como espécie de diário seletivo. Tentou criar uma nova mulher com base no que passei a saber dela.
Eu não lhe revelei nenhum mistério, mas a princípio não me escondi tanto.
O tempo todo tentava mentalmente lhe dizer para parar de despejar em mim todos aqueles planos, pois não se realizariam, e mesmo que realizassem, não me interessava. Tentei enviar mensagens telepáticas, afinal ela não calava a boca.
Emprestei meus ouvidos e de bônus algumas levantadas de sobrancelha para fingir algum interesse. Nunca demonstrei de fato minha vontade de estar ali. Mas isso não lhe interessava, meus ouvidos estavam de bom tamanho.
Eu ofereci um pouco do meu tempo, mas não a vida inteira. Mas como sempre, já bastava.
Era um dia que fazia frio.
E eu no ponto de ônibus estava vestida da cabeça aos pés. Protegi meu corpo do frio, e não protegi mais nada.
Ela, é claro, nunca me viu de fato.
Não sabe como é meu corpo, não conhece meus sinais nem cicatrizes, não me viu nua, não sabe das minhas tatuagens.
Por falta de tempo talvez, talvez vontade, ou até coragem.
Gastou toda saliva com palavras. Nenhum beijo.
O ônibus chegou.
Ofereci meu telefone, mais um quarto de tempo, um café... Virou as costas e sem parar de andar gritou: "Não bebo café, adorei te conhecer. Tchau!"
Nunca mais nos vimos, se nos cruzarmos na rua seremos dois estranhos.
Nunca nos conhecemos.

Rua da passagem

Passei
Sofri a agonia de uma vida não sei de quem
Não sei por quê
Passei pela primeira vez há dois ou duzentos anos
Não sei
Me sobrou angústia num sobrado de esquina com a rua Arnaldo

Eu botei fé
Ele
Bota fogo
Na rua da passagem

Doces, balas, vida e outras drogas amargas

De sonho em sonho comi a padaria inteira, virei uma bola e não sai do lugar.

Meus planos nunca saíram do papel
Dividi o papel em quatro, chamei uns amigos e coloquei cada parte embaixo da língua de cada um
No dia seguinte "planos" era o que menos importava no mundo

Utopia do abandono

Choro lágrimas de filosofia
Porque o mundo não é como eu queria

Aposentada

O tempo é pouco
Eu quero muito

A falta de coragem é um desperdício de vida

Abandonei tudo e virei uma bomba relógio aposentada

domingo, 29 de março de 2015


Deja vú

O fato é que eu gosto desse bairro, dessa rua, e dessa casa. O fato de ter saído daqui foi por amar demais e não querer perder esse lugar pra sempre.
O movimento que tive de pegar um copo de água bem gelada na geladeira e beber agachada me fez esquecer que a cozinha aumentou e em sacrifício não temos mais a área que dava pra amendoeira do vizinho e era meu lugar preferido na casa pra ler e ver a lua, me fez pensar que da janela veria minha vó deitada, lendo a coluna de esporte ou fazendo palavras cruzadas, sem pensar que há quase 4 anos ela se mudou pra Bahia, me fez esquecer que eu estava no terraço tomando Sol, este que antes não existia. Abri a panela com fome e a comida era macarrão. Tudo me fez pensar que eu estava chegando do posto 3, na praia da Barra, que eu não trocava por nada e há muito tempo não frequento. Foi um deja vu gostoso pensar que eu não iria embora mais tarde, mas que eu me arrumaria pra ir à noite no cinema do shopping Tijuca e ficaria sentada na porta de amigos que não vejo mais na rua Uruguai. Tudo veio agora pra lembrar e me provar não sei o quê. Mas o bom foi saber que fui feliz aqui, e só escrevo pra não esquecer nunca. Por mais que tudo me leve a isso.

domingo, 22 de março de 2015

Heresia

Se o mar não ta pra peixe, não deixe a maré te levar

Desculpa pescador, desculpa marinheiro, é que de onde eu vim, é fácil falar

A correnteza não é mole e eu nem sei nadar

De frase em frase de efeito eu vou levando a vida, mas nem sempre eu sei rimar

quinta-feira, 19 de março de 2015

Não jogue fora sua TV
Leia Tolstoi, Dostoievski, o caderno político, saiba usar crase (Só pra dizer que sabe)
Mas não seja um chato.
Assista GNT, globo, multishow,
Mesmo que seja pra criticar.
Saiba criticar.
Não escreva em muros pra eu jogar fora minha TV.
Assim como ela, você não vai me manipular.
Leia mais, coma bem, beba menos
Assista sua TV.
Valorize seus artistas.
Perceba notícias sensacionalistas(critique-as)
Diferencie a verdade da mentira.
Questione. Saiba os dois lados.
Seja patriota.
Não destrua o seu país.
Não seja burro.
Não seja mais um.
Não deixe que ninguém te mande jogar fora sua TV.
Não deixe a sua TV mandar em você, dirigir sua cabeça, seu cérebro, suas opiniões.

Não seja sua TV.

Poesia de todos os anos

Não me atraem em nada
Esses caras que fazem o meu tipo

Olhou, olhei, reolhou
Virou a esquina
Acabou a rua
Acabou o amor,
Amém

Vergonha de que, vó?
Fazer o que
Se o sexo com ela é bem melhor

Eu? Me desculpar de que?
A água do chuveiro é fria demais
Pra sofrer

A água da chuva quando molha
É mais fácil esquecer
Vem, molha o que for
Salvo meus papéis,
Pode alguém querer ler

Aula de gramática

Obrigada e me desculpe,
Professor
Pelo incentivo em tom paternal
Obrigada e me desculpe,
Professor
É que eu sou assim mesmo
Só aprendo se for na marra

domingo, 8 de fevereiro de 2015

A chuva de agora é o choro da população
Não chove choro de partido
Chove na pior das segregações, a "família" brasileira.
Não é chuva boa, é chuva ácida
Não é psicodelia, é psicanálise do sujeito sem conserto

Brás Cubas, Iracema.
Adeus escrúpulos.
Adeus esperança.
Adeus Brasil.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Eu só sou auto destrutiva pq dá um preguiça começar tudo de novo

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

1
Olhei, re olhei, implorei, estive perto, tentei, tentei, pedi, olhei, olhei, olhei... Até cansar. Acho que você nem entendeu... Desolhei. 
Eu que estava olhando pro lado errado.

2
Olhei pro outro lado,
De relance.
Não pedi nada, não tentei, não cansei. Olhei só uma vez. Você me disse tudo, sem falar, sem eu implorar.

1
Olhei de novo, e não vi nada.
Ou eu vi tudo que você sempre representou:
Nada.

2
Olhei e não parei mais.
Eu vejo tudo,
Te olho até hoje.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Voa sem asa menina
Pé na estrada da imaginação
Viaja pra dentro dela
Põe teu corpo no mundo
Seja paz pra ela
Seja vida de novo

Ama tudo
Mundo do mudo
Voz do coração
Latido de cães
Barulho de mar
Gargalhada

Sorriso bonito
Dentes perfeitos
Casa de praia, rede

Lenine, Lapa, Carnaval

"...Não se assuste pessoa, se eu lhe disser que a vida é boa..."

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Quando deixei de ter medo de ser só e abandonei o vazio pesado que me acompanhava, senti a leveza, a paz e o bem do amor que sempre foi meu. Amém.