quarta-feira, 30 de abril de 2014

Dias tristes

Eu queria que fosse tpm
Preferia bater o dedinho do pé na quina da parede
Preferia um amor, daqueles de metrô
Preferi aquela mistura agonizante de prazer e dor
Preferia um feed back, uma nota baixa
Mas o que eu tô sentindo agora é tudo isso junto e um pouco mais.
É amor mal resolvido, é conta pra pagar e dinheiro que não tem, é problema na família. É a vida virando um caos da noite pro dia.
Mas o doutor já diagnosticou:
É pânico, sintoma de depressão.
Meus amigos arriscam:
É estresse, não deveria se preocupar tanto!
Minha mãe afirma:
É espiritual, filha. Tem que rezar.
Eu:
É tudo isso. E agora apesar e pela dor, acabei de ganhar meu diploma.
Sou confusa, tenho amor não correspondido, entrei até na minha primeira crise ansiosa-depressiva!!
Não me falta mais nada: Me formei em poestisa. Sou graduada em poesia.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Brasil, cansei da sua cara.

O sistema é sinistro, a política é foda, o povo manipulado, ignorante. Ignorância ensinada. Governamentada.
Governo, aham.
Ghandi, Martin Luther King, 0,20 centavos.
A mídia tá crente que é o segundo governo. E você acredita.
A metamídia imbecil estilo video-show.
Cansada. Cansei.
O sensacionalismo. O radicalismo.
Eu tenho que escolher um lado. Eu NÃO tenho.
O meu partido é um coração partido.
Foda-se a porra toda. Foda-se Brasil. Foda-se o poder. Foda-se tudo. Foda-se a copa.
Vou viver na ilha. Em mim.
A massa cansada, que venha comigo.
Abandono a luta, abandonem a luta.
Que se matem sozinhos.
Que fiquem em seu lugar de minoria.
Adeus.
Ilha de Drummond. Ilha de Saramago.
Cada um na sua ilha.
Abandonei, Brasil.
Perdoem-me o egoísmo. Me desculpe, Focault.

domingo, 27 de abril de 2014

O que o amor é

O amor é todas as vezes que você sente vontade de dizer eu te amo.
Sabe aquele "quase eu te amo"? Se não, ele funciona assim: Você está todo feliz e quer dizer algo para tentar se expressar, a frase quase sai, quando você engole ela. Por quais motivos? Medo da reação do destinatário, medo da sua própria reação, medo do sentimento, medo de se precipitar, medo da pessoa te pedir em namoro por isso,(hahaha, brincadeira, namorar é coisa do passado) em geral, sempre medo.
O caso é que quando você não sabe o que dizer e espontaneamente quase profana essa frase toda conflituosa e engole ela tão rápido como se fosse uma ofensa racista em plena África, ja era amigo, já é amor.
Sem auto-ajuda. Eu só queria te dizer isso mesmo: Sou dessas, amo você até quando não digo(aliás, principalmente).

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Eu sou a controversa. Gosto do que ninguém gosta, quero o que ninguém mais quer, concordo com o bizarro. Acho graça em polêmica.
O estranho a mim, parece belo.
Busco o acerto no errado.
Do contra aqui, do contra ali, vou achando o lado bom de tudo.
A poesia se faz da intensidade de quem discorda, da capacidade de ver beleza no imoral, no anormal.
Pode me chamar de louca sim. Eu adoro. Mas discordo. Cegos são aqueles que só olham ao redor.
Além é além. Tem muita coisa aí pra discordar, várias histórias pra viver, várias pessoas pra conhecer. Afinal, seu mundinho não é mesmo tudo isso. Ou é?

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Olhares (Desabafo)

Subo em palcos, falo alto. Dou opiniões polêmicas em mesas de bar, a minha roupa é curta e as namoradas costumam me odiar.
Eu chamo atenção.
Atraio olhares machistas e cantadas infelizes no meio da rua.
Atraio olhares de desaprovação pelas minhas pupilas dilatadas
Quando tudo que eu quero mesmo,
são olhares.
Olhares constrangidos por mim, olhares que me recriminam. Olhares esses de muitos que me consideram amiga. Eu me pergunto: É sério isso? Qual a necessidade? Você me conhece mesmo? Por que me julga? Faz o seu.
Só que no fundo, eu gosto desses olhares. Rio deles. Eles caem na minha. Me dão ibope, e mal sabem: Eu adoro aparecer!

Por outro lado, que na verdade, eu não gostaria de dissipar,
Eu sou uma pessoa boa. Sou de uma gentileza sem tamanho. Gentil até com os maus olhares.
As minhas opiniões chocantes sobre o amor e a infidelidade por exemplo, são sinceras.
As minhas poesias são sinceras.
A minha ânsia de aparecer é sincera, por que o que eu quero mesmo que apareça é a minha felicidade. Felicidade essa que muita gente enxerga como deboche, subversão ou imoralidade.
Mas eu não me importo com os maus julgamentos.(nem com os maus "amigos"!) Eles não são culpa minha. São culpa dos donos dos olhares.
A minha atitude é minha. É sempre linda e sincera.
E eu, definitivamente, não vou me desculpar pelo seu olhar turvo e mente pequena(no máximo, vou lamentar).

Eu sou olhada também por gente que me sente.
Olhares de anjos.
Olhares que me poem para cima, me energizam. Olhares que me elogiam.
Acreditem, descobri até olhares de admiradores!
Olhares leves, floridos.
Olhares preocupados com a beleza da minha alma.
Por estes, os meus olhos(que não estão em questão) brilham e merecem lágrimas. São estes os olharem que me fazem rir dos primeiros olhares.

Por favor, só não deixem de me olhar.
Eu posso ser leve como uma pluma, ou pesada como uma baleia. Isso é responsabilidade de como você me olha.
Olha. Pode olhar.
Mas pensa bem, quem vai pesar ou florir, não serei eu. E sim você.
Pensa bem, não é a beleza que está ausente no mundo. O que falta é o amor na hora de olhar.

domingo, 20 de abril de 2014

A sua graça

A sua graça é ser você, com todos os seus defeitos e trejeitos. A sua graça é sua fala e seu andar. A sua ética e como você se comporta com os idosos e os animais. Como você age com seus vizinhos e como você age com as pessoas ao redor. Sua graça vai além de como você dança e não se convence na frente do espelho.
A sua graça é ser intensa. Por isso, vai ser impossível achar uma metade. Você já nasceu inteira. Explode Bruna por qualquer lugar que você passa. A sua graça é ser você e se dividir com todo mundo.
A sua graça é você não saber qual é a sua graça. A sua graça é leve como um laço. Longe de ser pesado com um nó.
E já que ninguém no mundo nunca vai te completar, espalha por aí a sua graça. Tem gente que definitivamente nasceu sem ela. Vai preencher esse vazio do mundo. Afinal não é você que foi feita pro mundo. O mundo que foi feito pra você.

Para a Ameca Bona <3

sábado, 19 de abril de 2014

Quebra nozes. Ou nossos nós.

Eu quero quebrar tudo nessa casa. Quero jogar todos os móveis em você, jogar o sei computador contra parede. Quero rasgar todos os seus livros e quebrar os seus cds.
Quero quebrar tudo na nossa relação. Amassar os papéis e o seu coração. Quero esfregar na sua cara o meu amor e fazer dele mil cacos. Irreconstrutíveis. Eu quero te maldizer aqui mesmo, neste quarto roto. Eu quero quebrar o seu interior, como você quebrou o meu.
Trancar a porta com você lá dentro, jogar fora a chave e ir embora.
Quero ir aliviada e nunca mais te ver.
Quebrei você. Quebrei a gente. Não tem porquê olhar para trás, sentir culpa ou pesar. Você morreu. Está despedaçado dentro de mim. É o fim. Não existe mais você. Não existe mais a gente.
Está tudo quebrado entre nós.

Verbo de posse.

Não sou sua, você não é meu.
Tô tão na sua e você gostando.
Tô tão exausta do seu gostar.
Tão exausta de não ser sua e você não ser meu.

Um trem pras estrelas

É agora, é hora de comprar de volta os sonhos vendidos a preço de banana. É hora de ter novos heróis sem deixar de honrar os que morreram de overdose. Da orverdose da decepção, do desgosto e da frustração. Todos aqueles sonhos adormecidos devem dar lugar para novos, sem medo. Sonhos nunca dão errado, são sonhos. É hora de dar tudo errado! Chega de estagnação. Chega de medo do novo, medo de amar e sofrer. É hora de evoluir. Chega de ficar parado num trabalho mais ou menos. Chega de torcer para dar a hora de ir para casa. Chega desse salário. Chega dessa casa, chega dessa vida e desse cabelo.
Hoje mesmo eu acordei na casa da minha avó. Tinham várias comidinhas de vó. Eu me perguntei, meu Deus, porque mesmo que eu saí daqui?
Pensei no cara que conviveu comigo tanto tempo e pensei, porque nós terminamos? Não dava tão certo?
Porque sim. Por que eu sei que aguento todos os perrengues no meu quartinho em Botafogo. Porque sim. Por que ja era hora de crescer e fazer crescer os outros caras. Era dessa vez, a minha vez de levar nãos e pés na bunda. Vou te contar que não é fácil, mas não é tão difícil assim. É novo. Eu, de certa maneira gosto disso.
Chega dessa ideia de ir embora. Chega dessa ideia de começar uma vida em outro lugar, longe de tudo. Essa ainda é uma ideia válida, linda e corajosa, mas no momento essa ideia se chama fuga.
Chega de fugir, Victória!
Chega de ter medo. Eu vou seguir aqui.
Vou seguir na tentativa de dar tudo certo? É isso que eu quero. Que dê tudo certo. Mesmo sabendo que dando certo ou errado eu vou enjoar e querer quebrar essa rotina. É capaz de querer mudar tudo exatamente quando tudo estiver dando certo.
Chega de querer viver outra vida. Sim, chega.
Agora é a hora de construir a vida dos sonhos. Uma coisa eu jamais vou negar, tive ATÉ HOJE, a vida dos sonhos. Sou grata. Querer mudar é de mim. Querer viver tudo que esse mundo puder me oferecer, é de mim.
Nada é para sempre. Tudo é passageiro. Agora é a hora de se frustrar. Por que até a glória vai passar.

*O ínicio desse texto é sobre a música Ideologia.
Mas o texto inteiro foi inspirado na música Um trem pras estrelas. Também do Cazuza.
Até que enfim consegui entender a essência dessa música.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Instantes. Resignação. Vida. Avidez.

Resignar-se é designar-se, não sem dor. Resignar-se vem de casa. Educação da aceitação. É espiritual.
É... Quem disse que seria fácil? Ninguém disse. E quem disse que seria difícil? Ninguém disse também. Ninguém nunca diz nada.
Suas batalhas, seus perrengues diários, são dignos de julgamento. O julgamento alheio de quem também batalha, mas não se resigna. Reclama.
Eu sou dessas que se conforma, aceita. Quase boba. Pode julgar...
Mas o meu eu é lírico, pode também se identificar.
Aceito o mundo de braços abertos. Aceito cada carinho do mundo e agradeço. Me sinto em catarse. Aceito, me conformo.
Independente das 7 bilhões de pessoas vivas, o mundo diz todos os dias que me ama. E todos os dias eu respondo: Eu também. E não considero não um ato de coragem. Sou acostumada com a resignação.
Sempre tomei uma iniciativa bonita. Digo Eu te amo primeiro. Sem medo, procuro não agir esperando a volta.
O mundo já me ama e me dá provas disso diáriamente. Faço disso a minha purificação.
Aceito a batalha. Sinto um pouco de medo sim e não sei bem que espécie de medo é essa.
Sou mistura de capacidade com insegurança. A resignação é o meu equilíbrio.
Sinto um estranho medo do amanhã. Mistura de medo do novo com ansiedade.
Agradeço o ontem, tiro dele cada lição. Mas deixo ele para trás. A minha memória é dr rejeitar nostalgias. Não sou de olhar para trás.
Eu espero e confio absurdamente no amanhã. Sei que dou conta do que for para ser meu. Acho mágico o amanhã, mas pouco penso nele. O futuro para mim é algo distante. Eu nunca fui fã de planos.
Eu amo mesmo é o hoje, meu hoje belo ou trágico é ponte entre o passado e o futuro. Confio na glória do hoje, mesmo que hoje não haja glória alguma.
Sou mistura entre nostalgia e planos. Esse é o motivo pela minha repulsa.
Eu vivo o hoje porque sei que ele vai passar. Eu amo a vida porque tenho memória curta. Busco sintonia no presente porque o presente é a vida.
A vida é ávida e eu sou feita de instantes. Eu sou a inconsequência, porque o ontem e o amanhã se fazem do hoje.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Kátharsis

Poeta é Deus.
Subversivo e implacável.
Acordou e me fez lírica, onírica.
Alucinógena, lisérgica.
Aberta, disposta.
Eu, a poesia.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Clarice

Que na próxima vida eu nasça a Clarice Lispector.
Mas que nessa eu seja eu mesma. Afinal, já nasci. Não tem jeito, não quero desperdiçar.
Não posso querer ser ninguém além de mim.
Eu no máximo, venho me inspirar nos grandes. Os grandes é claro, na minha concepção.
E que numa próxima, não vida, e sim geração, quando eu já não mais habitar a terra em corpo, seja lembrada por outros, como eu me lembro.
Que nessa vida eu não seja Clarice. Seja Victória mesmo. Mas que no fundo, seja Clarice em inspiração.
Que venham Clarices, que venham Caios, que venham Mários, que venham Fernandos.
Que venham os próximos...

Haikai

Tudo que aparece
Sem o dom de transparecer,
Favor desaparecer

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Apertada

Eu tô perdida, não sei como vim parar aqui. Não consigo entender e nem sei me satisfazer nesse mundo insano..
Mas eu ainda me faço valer nesse lugar, ainda subo na vida, ainda chamo alguém de inimigo, ainda dou rasteira, ainda desejo o mal absoluto e a falta de sorte alheia, ainda aprendo a mentir, ainda sorrio um sorriso esnobe, ainda piso e traio...
Ah Deus, por favor. Ou eu me adapto ao mundo, ou esse mundo vai ficar apertado demais para mim...

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Era uma vez um início

O início é inocente,
despretensioso, curioso, amistoso.
Gosto do que começa, da expectativa,
da sensação de descoberta.
O início é a única liberdade que a gente doa contente.
Troca-se a liberdade por horas de novidade.
Os olhos brilham pelo carinho com o novo.
Terminar essa prosa me dá certa tristeza.
Não quero falar de meios e de fins.
No final do novo já sinto saudades.
Nada precisa terminar,
mas o novo sempre vai passar.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Haja(do verbo de ação)amor

Haja amor para aturar,
Mas aja logo, amor.
Que eu também não sou de esperar.
Só para lembrar:
Eu sou poeta e sei voar.
Não quero pressão nem aperto,
Principalmente o aperto no peito que te dá.
Quero as decisões mais leves
E que se desatem os nós, para que virem laços,
Que se vá a angústia e cheguem os abraços.