quinta-feira, 16 de julho de 2015

Você sabe: A vida é bela e cruel na mesma proporção. E se não sabe, desculpa pelo susto.
Te joga no buraco e joga a corda pra te salvar, você redescobre um mundo lindo fora da escuridão e tropeça na mesma corda que te tirou de lá. Você sabe do que eu  falo.
O bom da vida é ver a vida de fora, o bom da realidade é estar fora dela.
A morte também é ingrata. Você aprende a não enjoar na roda gigante e quando menos espera te tiram do parque.
A vida não tem a menor graça pelo peso que tem. Mas é uma maravilha se vivida despretenciosa.
Hoje eu vivo a vida num mundo que eu rejeito e que me rejeita também.
Não vivo no meu mundo e ando perdida, só não deixei de entrar em pequenos becos por medo de me perder mais ainda, a vida é efêmera e eu sei.
As vezes me importo demais com ela, esquecendo que ela não se importa tanto assim.
Esse presente belo e cruel é meu. É responsabilidade minha aproveitar cada brinquedo do parque antes que me tirem dele. Alguns brinquedos são fatais, outros são só medo e frio na barriga. Uns enjoam, mas você sabe que uma hora o seu tempo acaba e você sai dele são e salvo, no máximo um pouco tonto.

Ai.
Cansei!

Dessa pequenez inútil.
Vida regrada cheia de exigências pacatas
de uma vida normal.

Desse tédio de uma vida conturbada.
O pior tédio
de uma vida normal.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Me sinto pequena no centro do Rio, um nada no mundo, é quando me encontro aí que sou feliz, quando sinto que sou nada, e graças a Deus eu sou nada. É no aperto que dá no peito que me encontro e me sinto alguém vivo e que faz parte desse mundo, alguém que sente e mesmo assim faz questão de ser nada.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Ouço suas músicas

Ontem a noite não terminou,
arranquei até o último som que a garganta podia emitir e arranquei todas as amarras que me mumificaram até ficar tão nua que arranquei as borboletas mortas no estômago.
Morreram sufocadas.
A noite virou manhã e virou noite de novo.
Meu corpo que não existe mais é oco.
E hoje eu ouço suas músicas.