Acho que agora compreendi um pouco de mim.
Tem dezenas de textos inacabados na gaveta do lugar que eu trabalho e no fundo todos são desabafos que gritam e escorrem pelos meus poros, simples desabafos difíceis demais para se fazerem entendidos assim, no papel, ou até pela boca.
Ando sufocada dessa minha vida de intensidade medíocre, intensidade engasgada por falta de ter como exprimir, que na verdade mesmo eu gosto mesmo é de história confusa, difícil de ser resumida e pior de ser explicada, a saída é sentir, e não dá pra explicar um sentir, nem ensinar. Gosto de gente caótica, porque eu sou muito caótica. Eu crio casos que já existem e penso neles. Penso, penso, penso.. Mastigo a vida alheia até me cansar, não vejo soluções, só caos, caos, caos. Estou sempre exausta e sem esperança. Uma falta de esperança muito alegre as vezes, por ter certeza que eu, e poucos eus pensam, pensam, pensam... No que não tem resposta, solução nem porquê. Que alegria mais sem graça. Alegria cansada...
Gasto a minha vida com vidas gastas e no fundo não faço questão de entender nada. Eu já entendo tudo. Entendo, aceito e sinto. Eu sinto demais, eu sinto muito... Por mim, a vida é a vida e o mundo é o mundo.
Acho que compreendi que as vezes a minha alegria cansada vale mais a pena do que uma alegria alegre e leve. O cansaço da alegria me agrada, me agradam as multidões que sentem, sentem, sentem, juntas.
Um dia de caos, breve alegria que antecede o cansaço vale a vida que diariamente me cansa.
Não adianta, eu sempre, sempre, sempre vou estar cansada da vida.
Eu sou cheia demais de tudo, tem demais dentro de mim, e a vida é pouca pra tanto e pra tanta gente. As vidas cheias pesam em mim o peso do mundo, carrego cansada e alegre.
Deixo aqui as frustrações dos meus devaneios.
A minha alegria sempre vai ser o prazer da catárse.
Sigo aqui muito alegre com sorrisos que não são pra mim, com sentimentos que não são pra mim, com reações que não são por mim e que entram na minha alma como um espírito que incorpora um médium.
Sigo alegre em sentir.
Ato não há de mais pleno existir do que o não ato de apenas sentir.
ResponderExcluirGK
Detalhes.
ResponderExcluirLuz verde,
Sentido zn;
Portas abertas;
Caos ;
Movimento externo
Caos maior era o interno,
Ali estava,
1,67 de tempestade
Boca marcada,
Olhar perdido,
Surpresa boa,
38 minutos de respiração ofegante
7 estações,
Apenas um coração importava
Olhar desviado para canto direito
Riso raso para mulher de branco
Reflexo de afeto bem ali, atrás
Abrem-se as portas
movimento retilíneo
Esbarrões;
Vozes;
Escada;
Escambo de mim
13 degraus,
Apenas o lado esquerdo era quente
Fim de escada.
Segurar de saia,
Movimento disperso,
Caminhos opostos.
Muito legal saber que eu inspiro pessoas às 18 no metrô lotado. Obrigada, anônimo! Pela sutileza subterrânea... kkkk
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