quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Não me afobo, se a vida me fecha as portas  é pra me ensinar a pular as janelas. 
Não me desespero, não me importo com o caminho, só quero viver esse caminho. 

sábado, 19 de setembro de 2015

Eu sinto muito, muito mais do que sei dizer pela boca, mas eu sei tocar. Se é difícil entender o que o ouvido ouve, imagina o que toca a alma?
A vida não é fácil, nem se a minha fosse fisicamente fácil, não seria. Vivo em crise,  aceitei viver assim e minha missão é viver assim. Costumo ouvir que sou arrogante e exigente. Aceito também, mas eu tiro a carga de mim e passo pra quem se contenta com pouco, assim doi menos. Minha mente voa e minha alma pesa uma tonelada, eu carrego ela nas costas. Antes de ser um casal eu sou uma. Antes de ser filha sou sozinha, antes de ser mulher eu sou essência. 
Minha alma pesa porque eu aguento e gosto desse esforço. Dou o peso ideal que posso aguentar à cada nova loucura, as minhas loucuras são muito loucas e eu não morro de amor.
Antes de gozar junto, gozo sozinha, antes de compartilhar minha dor, sofro sozinha. Não, eu não sou vítima, tenho muita sorte, aprendi a viver na ordem certa: primeiro eu, depois nós. 

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

A matéria prima do meu caminho é gélida e quente. A minha premissa é a revolta e a solidão, não cultuo a paz e minhas ideias não são loucas, mas enlouquecem quem se permite enlouquecer, minha ideia é pra quem não conhece a paz e nem quer conhecer. Paz é ideal de preguiçoso. 
A frieza do meu raciocínio é o que faz minha vida delicada e minha visão sensível. 
A paz inventada remove a sensibilidade natural e dá uma inútil sensação de glória. 
Eu me sinto plena na falta de paz, mas a plenitude também não existe. É difícil chegar a si mesmo, é mais fácil criar dramas românticos. É difícil pra mim, ver a coletividade se acabando e chamando de romance o que é drama e de drama o que é romance. 
Eu sou minha melhor e pior amiga. 
Eu me importo com o mundo, me importando comigo e ando intolerante e maleável. Acredito que tudo é uma questão de tempo, meu tempo estourou, mas eu permaneço aqui. Ainda não sei porquê, mas permaneço aqui. Muda e inquieta. Caótica e incompleta:
Que o caos e o drama nunca se esgotem, assim eu me esgotaria com eles. 
Minha maior missão não é conhecer o mundo, não é que o mundo me conheça, é bem mais complicada, chega a ser maldosa. Minha maior ambição é conhecer e aceitar quem mora entre minha alma e meu corpo. 
Estou sempre audaciosamente um passo à frente, 
Me cobro demais chegar um dia ao meu tamanho
Só não corro o risco de correr o risco de dar errado: 

Eu penso demais. 
Planejo o risco, 
Me arrisco por um único motivo e só descubro depois que acontece, mas só arrisco com a certeza de que o que acontecer vai ser o certo. 

Só não me arrependo das consequências, independente das consequências: eu precisei pensar demais pra chegar até aqui. Meu risco tem que valer minha loucura e só enlouquece quem pensa.

sábado, 12 de setembro de 2015

Um dia eu resolvi ir embora pra sempre, e nesse dia, de algum lugar eu fui embora pra sempre

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Já me mudei tantas vezes que perdi o sentido do apego, ganhei novos olhos, e uma alma sensitiva.
Perdi parte da paz de ter um lar, não me sinto em casa e mudei: 
Ando observadora, cortando vícios que são apenas ciclos inúteis. Meus hábitos mudaram sem esforço nem pretenção. Não sou fria por querer me armar, eu desmonto diariamente chegando em casa, não reconheço os arredores do meu lar como meu lar, derreto inteira só de ver a realidade crua que me espera. Minha alma se contorce e chora. Mas eu não, só entristeço. Já não tenho meus vícios, porque eles perderam o sentido, já não vivo meus antigos dramas, eles mais do que tudo, perderam o sentido. Vivo paciente com o drama, mas eu tô cansada. Minha alma sente tanto que o físico sente preguiça e pena. Eu emudeço perante a medíocre vida. 
Eu emudeço e choro, cansada de não estar em casa, e mais: me entristeço  por andar a vida inteira e talvez nunca chegar  em casa. Eu nunca sei se um dia já me senti em casa e numa das saídas me perdi ou se um dia tive tantos vícios que nem cheguei a perceber que nunca me senti em casa em lugar nenhum. 
Meu cachorro é simples. 
Fica do meu lado quando quer, me ama incondicionalmente, não me cobra nada, se contenta com o que eu dou e principalmente com quem eu sou, aceita reprovações e não se acha menos porque hoje não fui pra casa, não se sente traído e nem cobra fidelidade. Não se importa se eu fizer carinho em todos os cães da rua, eu sou a mãe do meu cão e sou tudo pra ele. 
Meu cachorro é sincero e sai de perto de mim quando quer, eu não me entristeço por isso. 
Eu amo a respiração do meu cachorro dormindo no meu braço. Meu cachorro é a forma clara e simples de me ensinar a desimportância do externo, me ensina a viver cada segundinho e amar cada feição, cada ilusão de paz. 
Meu cachorro me emociona. 
Ela(meu cachorro) é a vida mais importante que Deus colocou na minha vida, pra saber lidar com as outras vidas que cruzam o meu caminho. É a vida mais importante didaticamente, é quem mais me dá em ensinamentos, quem menos pede e quem mais eu sinto vontade de dar. 
Sexo suor e lágrimas 
A realidade me assusta 
Eu só sei escrever sobre o momento quando ele passa. 
Eu só sei explicar quem eu sou quando fico triste, quando não estou mais. 
Reconheço esse defeito como auto defesa.
Com as cores dos índios eu não desisto: 
Fico com quem me faz poesia, não sou capaz de ser pouco amada, vim pra ser dupla, triplamente amada. Sem a dúvida eu nada seria, com a dúvida eu sou tudo, como se a vida ali fizesse sentido. Por mais que me doa eu gosto da dor, no fundo eu gosto da dor e por algum motivo faço doer, sem a dor da dúvida eu nada seria, quando acaba a dúvida , ainda resta dúvida. Pra sempre a dúvida do que poderia ter sido, do porque não, porque assim, porque hoje, porque com ela, sem ela, com ele, sem ele, sem ninguém, com todos. Difícil. A dúvida constrói e destrói, não peço a certezaporque ela é irreal, não peço nada pois não é possível. Só deixo a dúvida construir e destruir e criar a vida, que não tem respostas. Não tem, Clarice.