terça-feira, 17 de maio de 2016

Eu me acostumei com café amargo 
Deve ser isso 

Lá no café tinha uma televisão ligada, sem imagem, tinha som
Uma mulher não parava de olhar pra tela 
Eu hein 
Até procurei uma outra tv por ali 
Não tinha! 
Eu sabia que não estava louca, mas ela sim
Gostei daquela loucura  


terça-feira, 10 de maio de 2016

Nem café 
Nem uma banda nova 
Nem os sebos 
Nem o bronze do sol 

Eu recuso pra viver a 
-não- coragem de ser salva 
Eu não disfarço bem 
Eu 
Nem
Disfarço 


segunda-feira, 9 de maio de 2016

Eu não esqueço 
Eu só me distraio 
E isso nunca vai acabar, mas o tempo vem trazer novos motivos
Para não serem esquecidos, 
Só renovados com as distrações 


Todo mundo é mau
Mas eu consigo ser pior

Ela me disse, e não que eu tivesse acreditado, eu já sabia

E meu personagem tão bem construído perdeu o sentido e eu agora estou abaixo do chão 
Mas um dia ia acontecer, meu prazo de validade acabou 

Eu demorei tanto pra criar... 
Não menos que uma vida inteira 

Eu realmente não existo e assim, nunca realmente existiu nós com ninguém 

Porque eu, que suguei tanto, perdi todas as fontes 
E agora voltei a ser aquele
Zumbi

Porque eu sou uma máquina de sugar, que por amor ou qualquer sentimento que não vale mais nada, não tenho mais coragem 

Eu deixo minha fonte ir, e não sei pedir pra ficar 
Porque eu não tenho coragem

E o amor, ou esse qualquer sentimento que não vale mais nada pode morar aqui
E ele que me sugue

O que passou não vale mais nada
Eu não sou mais o que construí
Vai demorar um tempo para que eu me faça novamente 
Por enquanto, eu vou ficar 
E vou doer até onde precisar 

Eu agora não tenho pra onde ir
Eu não tenho rumo, não tenho qualidades, não tenho opiniões 
Não tenho mais envolvimento com nada
 
Fiquei esvaziada para começar tudo de novo
Eu não tenho o que começar 
Que eu suma, não só por vergonha
Por falta de opção 
Que eu escolha outro lado

Mas nem assim eu consigo devolver tudo que eu suguei 

Que como castigo, eu nunca mais justifique o que eu sou
E que ela siga 
E que mesmo por castigo, ela acredite que tudo era mentira

Que como castigo, eu fique sem palavras, sem desculpas, sem respostas

Que como castigo, eu ouça
Calada 
O que eu sempre fui

Que pelo menos, como castigo 
Pra ela eu não minta mais
Que como castigo, 
Eu volte a ser o que sempre fui

Nada.


sexta-feira, 6 de maio de 2016

Política

Eles não querem justiça 
Eles querem um motivo pra aflorar esse lado mais nojento e agressivo sem sentir a culpa e medo de arder no inferno católico das suas consciências venenosas

Ainda assim todos nós temos o direito de amar e ser amados

Nós sentimos a culpa por não amar

Nós sentimos a culpa por amar e não ser amado

Nós sentimos culpa demais
Nós nos sentimos insuficientes demais em nossas casas, com nossos pais, nossos amores
Nós refletimos essa insuficiência no convívio nacional

Nós SOMOS insuficientes como mulheres, como homens, como seres
Assim, pra nos desculpar esvaziamos nossos sacos de culpa em quem não tem nada, principalmente culpa

Culpamos aqueles que matam sem ter culpa, porque tem gente que não tem amor, culpa ou medo

Mas NÓS temos culpa, amor, medo e família

Nós queremos matar e não morrer, aqueles que matam e morrem por não ter culpa, amor, medo ou família 

Eu também me esgueiro da culpa me chamando de NÓS

Nós é muita gente, eu sozinha já tenho tanta culpa

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Eu tive um espasmo de raiva 
Tive a alma invadida e fui esvaziada até as vísceras
Morri um pouco 
Minha casa foi assaltada
Me abriram o baú
Mas deixaram intocada minha alma

Minhas entranhas estremeceram
Mas se eu caí, me levantei

Se eu caí foi por fraqueza, e não por abandono 

Tem tem gente assinando meus textos, loucura né? 
Tem gente que não é ninguém e tenta vampirizar a gente... Não é questão de talento, é querer roubar o que eu sou. 
Eu não tenho tanta graça assim, pagar meus boletos ninguém quer, não é mesmo? 

🙄
Mil perdões e muito respeito a quem me lê de verdade. Bjs