quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Já me mudei tantas vezes que perdi o sentido do apego, ganhei novos olhos, e uma alma sensitiva.
Perdi parte da paz de ter um lar, não me sinto em casa e mudei: 
Ando observadora, cortando vícios que são apenas ciclos inúteis. Meus hábitos mudaram sem esforço nem pretenção. Não sou fria por querer me armar, eu desmonto diariamente chegando em casa, não reconheço os arredores do meu lar como meu lar, derreto inteira só de ver a realidade crua que me espera. Minha alma se contorce e chora. Mas eu não, só entristeço. Já não tenho meus vícios, porque eles perderam o sentido, já não vivo meus antigos dramas, eles mais do que tudo, perderam o sentido. Vivo paciente com o drama, mas eu tô cansada. Minha alma sente tanto que o físico sente preguiça e pena. Eu emudeço perante a medíocre vida. 
Eu emudeço e choro, cansada de não estar em casa, e mais: me entristeço  por andar a vida inteira e talvez nunca chegar  em casa. Eu nunca sei se um dia já me senti em casa e numa das saídas me perdi ou se um dia tive tantos vícios que nem cheguei a perceber que nunca me senti em casa em lugar nenhum. 

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