domingo, 23 de novembro de 2014

Toda cheia de não me toques, não se ofenda, vai te invadir com a luz de um sorriso pedindo licença pra passar sem ligar de ter ofuscado o resto da praça.
Não é só alegria, é tudo desespero, a loucura contagiante que não pede licença, não pede permissão, não pede desculpa, não pede arrego, não pede carinho, impede cobrança, tudo isso bem claro na sua linda dança.
Não cansa, encanta, esbanja, arrepia, morde, assopra, some, invade.
Foge. Fode. Destrói seu psicológico, sem querer. Não quer dono, trono, namorado, cachorro, responsa, coleira, estresse, trabalho, prova, regra, apego, enredo.
Sabe aquelas sem passado? Para do lado  de quem for, mas só se quiser. Toda essa indiferença odiosa não é sempre por mal, as vezes é preguiça, falta de interesse literal. Sem interesse no seu papo, no seu ego, no seu carro, ou só mesmo no seu elogio. Ingrata. Segue a sua vida ingrata.
Musa de nada, sentada na esquina, segue a vida perdida com a lingua afiada. Ingrata. Não a provoque, ela vai te desconcertar com tantos porquês, tantas dúvidas, fulminando com o olhar.
Sozinha pensando ela sabe que isso não a leva a nenhum lugar. Superioridade é uma merda, foi o que ela me disse. Não quer ser ninguém, não quer passar desapercebida, quer ganhar brigas, quer ficar sozinha dentro de si e morre de medo da solidão.

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